quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mostra de cinema sobre África

Olá, amigos!
Estou de férias em casa e sem acesso diário à internet, por isso as postagens estão ainda difíceis...
Bom, preparando um bom início de período, a professora Roberta Franco, do Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, está organizando uma mostra de cinema africano de língua portuguesa. A mostra, intitulada Conflitos em Língua Portuguesa: cenas de Guerra em Portugal, Angola e Moçambique, contará com a apresentação de quatro filmes (ver abaixo) e terá espaço aberto para discussão após cada apresentação. O evento acontecerá no Cine Clube Carcará, de 10 a 13 de agosto, das 14h às 16h, na UFV. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do e-mail do evento: conflitos.portafrica@gmail.com. Haverá emissão de certificados aos participantes. Veja abaixo os filmes que serão apresentados e suas sinopses.

Non ou a Vã Glória de Mandar (1990)
Manoel de Oliveira



Primeiro filme português que aborda de frente a memória da guerra colonial, evocando diversos pontos de viragem da nossa história, “Non” é um filme que conjuga a reflexão sobre o destino de um país, cujos homens quiseram ir sempre mais além, e que depois de 1974 se vê reconduzido às suas fronteiras originais. Um filme com uma dimensão espectacular ímpar, de que é exemplo a reconstituição da batalha de Alcácer-Quibir. Retratando de forma grandiosa e singular diversos acontecimentos da história de Portugal, que são evocados por um pelotão de militares nos últimos anos da guerra colonial, “Non” é uma notável e muito pessoal reflexão de Manoel de Oliveira sobre a identidade e o destino português.

Preto e Branco (2003)
José Carlos de Oliveira




Um Homem Branco, 46 anos, que nunca conheceu a Metrópole, nascido e criado em Moçambique, sargento na unidade de tropas especiais do exército colonial português.Um Homem Negro, 27 anos, que não conheceu África, criado em Lisboa, finalista de engenharia no Instituto Superior Técnico, entusiasta dos ideais de esquerda.Os dois encontram-se em Moçambique, em plena guerra colonial, quando o Homem Branco, na conclusão de uma operação especial no mato captura o Homem Negro, acabado de chegar a África como voluntário para a luta dos movimentos de libertação.Perdidos em território de guerra, os dois encetam uma caminhada em busca do aquartelamento colonial mais próximo. Durante essa caminhada encontram uma Enfermeira do exército português, alferes, também perdida no mato. A inversão das características destas personagens dá uma nova perspectiva da guerra colonial portuguesa e leva ao absurdo as razões de todas as guerras, do racismo e da posse da terra.


Capitães de Abril (2000)
Maria de Medeiros



O filme é visto com frequência pelos olhos de uma menina, filha de um casal que vive a fractura de sua união. A mulher quer lutar por transformações, acha que o marido militar é reaccionário. Na verdade, ele integra o movimento revolucionário. A menina descobre que seu pai é um herói, mas isso não salva o casamento. "Aquela menina não sou eu, aqueles não são meus pais, mas de certa forma eu posso me identificar com ela e escolhi seu olhar inocente e puro para mostrar aqueles dias que abalaram Portugal." Ela conta como foi emocionante encenar as cenas de euforia popular, quando o povo saiu às ruas para apoiar os canhões. A florista distribui cravos aos revolucionários, como ocorreu na realidade, e o movimento ficou conhecido como Revolução dos Cravos.



O Herói (2004)
Zezé Gamboa


Filme o Herói – Zezé Gamboa – conta a história da luta pela sobrevivência de Vitório, mutilado de guerra, que procura ter uma vida normal, num país cuja população busca ansiosamente por uma mudança. O filme constitui uma visão sobre a cidade de Luanda e uma Angola do pós-guerra, a partir da história de várias pessoas que tentam recomeçar a sua vida num país devastado pelo conflito.
Será um bom evento e bem no começo do período, quando ninguém tem nada para fazer, hehe! Essas sinopses foram capturadas em sites de cinema, ainda não assisti aos filmes. Depois da mostra posto aqui minhas opiniões! Agora é só separar um trocado para pipoca e aguardar!
Inscrições gratuitas, no e-mail: conflitos.portafrica@gmail.com.
Organização:
Prof. Roberta Franco
Promoção:
Departamento de Letras - DLA/UFV
Cine Clube Carcará
Forte abraço a todos! E até lá no cinema!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pensando a Etnohistória.

Olá, pessoal! Dando continuidade às nossas atividades, penso ser interessante pensarmos um pouco a respeito da modalidade de História que buscamos praticar: a etnohistória. PorémPassemos a analisar o que caracteriza a etnohistória. Antes de atentarmos para o prefixo etno, o que entendemos por História?

É possível definir história como um conceito universal, já que a experiência comum da passagem do tempo é consensual, mas também particular: na dimensão dos eventos e quando o acontecimento é culturalmente valorizado. A história pode, ainda, ser tomada como uma disciplina, ou como uma categoria fundamental. Nesse último sentido, e nos termos de Durkheim, estaríamos lidando com uma “categoria básica do entendimento”, um a priori: não há sociedade que não construa sua noção de tempo, mas cada cultura a realiza empiricamente de forma diversa [1].

Amparados por Lilia Schwarcz, entendemos a História como uma reconstrução do passado, encadeada pelo presente que mantém ambos separados por meio do tempo. A noção de tempo, dessa forma, é essencial para que compreendamos a história e possamos empregá-la enquanto conceito a outras sociedades, com noções de tempo distintas do tempo ocidental (cronológico), mas que não perdem de vista as dimensões passado e futuro.

Considerando o passado como perspectiva essencial ao fazer histórico, podemos classificar toda tentativa de História, enquanto disciplina, como uma tentativa diacrônica de representação da alteridade, visto que o presente, personificado no historiador, aplica seu olhar ao passado buscando compreendê-lo. A etnohistória, por sua vez (e por trabalhar com documentos produzidos por terceiros a respeito de determinado povo), trabalha com a alteridade na dupla dimensão: se, por um lado, ela é diacrônica, visto o distanciamento temporal entre o objeto de estudo e o estudioso, ela é sincrônica ao buscar estabelecer relações entre as alteridades que se chocam no espaço/tempo determinado. Essa dimensão do trabalho etnohistórico confronta-se com aquela que toma a perspectiva do sujeito da prática discursiva como sua, considerando apenas a alteridade sincrônica. Acerca desses dois posicionamentos frente às fontes históricas, Schwarcz afirma aque:

(...) uma série de pesquisas antropológicas vem reconsiderando as maneiras de fazer essa “história do encontro” e criticando a representação do nativo como um “elemento passivo” de sua história. De um lado, há toda uma produção atenta às lógicas políticas e culturais desses contatos, e que tem a sociedade ocidental como referência de análise. De outro, um conjunto de trabalhos busca não uma história (ocidental) dos índios brasileiros, mas uma história indígena em seus próprios termos. Trata-se de uma linha que, em vez de acreditar que o discurso sobre os povos de tradição não européia serve para iluminar nossas “representações do outro”, passa a indagar de que forma os “outros representam os seus outros” [2].

O dilema epistemológico do tempo faz-se presente nessas duas formas de abordagens, visto que a primeira adota o observador e seu tempo enquanto referência para análise e a segunda busca perscrutar a história do observado através dos olhos do observador. Há uma dupla lente nessa perspectiva, que busca resgatar o passado de determinados grupos sociais revolvendo arquivos que já se caracterizam como leituras e interpretações de tais grupos, perscrutando informações acerca da cosmologia deles, mas deparando-se como essa foi entendida por seus observadores primeiros. Há uma dupla alteridade, duplamente representada no trabalho do historiador: como este representa o outro temporal e esse último o outro espacial.

O tempo, na etnohistória, é mais que um dilema epistemológico: é também metodológico. Muitos trabalhos que tratam de história indígena tendem a entender os fatos apresentados na fonte através de estudos etnográficos que partem do presente ou significar tais fatos a partir de problemas da atualidade. Tomemos como tema as análises acerca das migrações dos Tupinambá [3] para exemplificar o que dissemos.

Ao analisar os trabalhos de Alfred Metraux acerca das migrações tupinambás [4], Cristina Pompa constata que o autor intercala o uso de fontes quinhentistas e seiscentistas com informações decorrentes de etnografias dos séculos XIX e XX. Os mitos da Terra Sem Mal e do messianismo Tupinambá são tratados como categorias explicativas, dessa forma, relacionando-se as duas naturezas de fontes, difusas no tempo. Pompa afirma que “o arcabouço metodológico que circunscreve esse mito consiste me explicar a cultura tupinambá pela cultura guarani moderna, e considerar, ao mesmo tempo como ‘pressuposto’ e como ‘conseqüência’, a segunda como derivada da primeira” [5].

Florestan Fernandes analisa as migrações partindo da idéia de conflito e afirma que “no começo do século XVII existiam poucos Tupinambá no Rio de Janeiro e arredores. Foram exterminados nas guerras contra os portugueses ou então migraram” [6]. Preocupado em descobrir mecanismos de funcionamento da sociedade Tupinanmbá, busca justificar tais migrações relacionando-as com a situação social vivida pelos grupos no contexto do encontro intercultural, tratando os índios como vítimas do processo histórico no qual estão envolvidos.

Como notamos, o trabalho de Métraux esforça-se, de acordo com Pompa, para compreender a situação migratória como decorrente das convicções internas do grupo, sem relação com o contato inter-étnico, e recorre a fontes de temporalidades distintas para corroborar sua tese. Fernandes, por sua, vez, recorre ao encontro enquanto fator modificador da realidade indígena pela perspectiva externa: há uma mudança na forma de vida e de compreensão do mundo indígena decorrente da ação dos portugueses. As causas do fenômeno, dessa forma, são externas. Ao contrário de Métraux, vale ressaltar, Fernandes avalia a ausência de fontes que remetam a uma conclusão precisa, afirmando antes que “dentro de pouco tempo deixaram de ser mencionados explicitamente nos documentos históricos disponíveis” [7].

Pompa, por sua vez, busca aliar as duas vertentes acima, considerando o mito da Terra Sem Mal da perspectiva de Metraux e buscando razões internas à cultura indígena que, associadas aos fatores externos, levaram a tais migrações. A autora afirma que os encontros culturais são geradores de realidades conjuntas, nas quais há o somatório de fatores internos e externos:

A presença dos brancos não pode ser percebida apenas como desencadeadora de reações ou resistências, vistas em termos de volta aos costumes nativos, mas como uma realidade nova que obriga os diferentes grupos, com diferentes modalidades, a reconstruir simbolicamente, mas também historicamente, o mundo. O que foi chamado de “messianismo tupi-guarani” pode ser um produto original sem deixar de ter como causa o choque cultural: esta é a tese aqui proposta [8].

Percebemos que Pompa articula o relato apresentado nas fontes com o contexto social vivido por seus autores (religiosos europeus) e objetos (índios) enquanto uma situação de leitura e significação mútua, na qual os dois modificam-se em decorrência de sua coexistência.

Finalizando nossa discussão a respeito da Etnohistória, Ronald Raminelli analisa o trabalho de Pompa e diz-nos que a autora buscou entender “as traduções, o deslizamento de sentidos entre os universos simbólicos dos colonizadores e dos indígenas” atentando-se para o perigo de intercambiar informações (temporal e espacialmente), na tentativa de suprir lacunas apresentadas pelas fontes. Tal metodologia de análise documental (sincronia, diacronia e análise da historicidade dos encontros culturais), de acordo com Raminelli, garantiu a Pompa uma tese que se diferencia de boa parte daquelas produzidas no âmbito da Etnohistória [9]. Enfim, trataremos, nas postagens seguintes, de definir nosso objeto partindo dessa perspectiva da História ligada à etnologia: estudamos a alteridade na diacronia.

Abraços, pessoal, bom fim de semana a todos!




[1] SCHWARCZ, Lilia Mortiz. Questões de Fronteira: sobre uma antropologia da história. In Novos Estudos. n72. Julho/2005. p.120.

[2] Idem. 130.

[3] A grafia utilizada para nomes de grupos indígenas e africanos está de acordo com a Convenção da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), de 1953. Segundo Cristina Pompa, a “letra maiúscula para os nomes tribais (com a minúscula no emprego adjetival), sem flexão de número e gênero (...) é um modo, simbólico, de reconhecer um coletivo lingüístico, étnico e territorial: não um somatório de indivíduos, mas uma coletividade única, distinta da comunidade nacional, já que os grupos indígenas não têm, hoje, países ou pátrias que se possam escrever com a letra maiúscula.” In POMPA, op. cit. p.30.

[4] MÉTRAUX, Alfred. A religião dos Tupinambá. São Paulo: Companhia Editora Nacional. 1979 (1928)

[5] POMPA, Cristina. Religião como tradução: Missionários, Tupi e Tapuia no Brasil Colonial. São Paulo: Edusc. 2003. p.105-106.

[6] FERNANDES, Florestan. A Organização Social dos Tupinambá. Difusão Européia do Livro: São Paulo. 1963 (1949) p.33.

[7] Idem.

[8] POMPA, op. cit. p.114.

[9] RAMINELLI, Ronald. O dilema do tempo na ento-história. In Tempo. Vol.12, n23, Julho-Dezembro. 2007. Rio de Janeiro.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

África e o discurso performativo

Caros amigos, hoje pretendo iniciar uma discussão metodológico-conceitual que permeia toda minha pesquisa: a ideia de representação. Antes, porém, alguns esclarecimentos. Estou cursando a disciplina Prática de Pesquisa em História III e, ao término, tenho que entregar um projeto de pesquisa, a ser o caminho para a produção monográfica. Até então tudo bem, já fiz um projeto, aquele de Iniciação Científica. Entretanto, estou com algumas dificuldades: trabalhando com duas frentes, na perspectiva comparativa, tenho que ler duas fontes, duas bibliografias, fazer duas análises individuais... enfim, tudo dobrado. O problema é que não dá tempo! Não é uma tese de doutorado, é uma monografia! Dessa forma, optei por concentrar-me apenas no concernente à África e, talvez um dia, eu retome minhas comparações de forma mais refinada e com mais tempo para elaboração.
Assim, a discussão que tentarei apresentar agora prende-se à África e, de certa forma, foi um dos pontos que toquei ao apresentar o A construção da África. O que entendemos por representação pode ser uma pergunta inicial, mas pensamos que seria melhor pensar em como a representação se constitui para, então, discutir tal ponto.
Luís Filipe Barreto e José da Silva Horta concordam que tal processo parte do embate entre o lido e o visto, entre a tradição e a experiência. Isso significa que, ao ter contato com outros povos, os viajantes atribuíam uma determinada significação à realidade com a qual se defrontavam menos analisando os elementos que, de fato, a constituem, que retomando seu arcabouço cultural. Assim, tanto a realidade africana como americana ou, ainda, oriental, são "forçadas" a caber dentro da cosmologia, da sociologia e da religião europeias. Gruzinski afirma que a América foi descrita com vocabulário europeu, o que leva-nos a perceber que, embora os elementos presentes em ambos os continentes fossem diferentes em natureza e uso, são descritos com palavras afins: a identidade na diferença é ressaltada, ou antes, o discurso da alteridade impera nas fontes.
Entre descrever e prescrever não há muita distância do ponto de vista do discurso. Ao descrever os novos mundos, os europeus recriavam-nos: atribuíam novos significados, entendiam as práticas de maneira diferente daquela nas quais elas eram entendidas pelos seus praticantes, recriavam um mundo de relações sociais de acordo com a dicotomia lido/visto. Aproximamo-nos, assim, do discurso performativo que emana das representações. Tendo as últimas como processos conscientes ou inconscientes de construção semântica da realidade, notamos que é através de tal forma discursiva, a performativa, que esse nova realidade passa de "dada a entender" a "dada a ser". A construção do real a partir do que dele se entende é um ponto latente em nossa análise, pois a representação pressupõe esforço em corresponder, em ser o que se é aos olhos do outro. Mas vale aqui uma ressalva.
Bourdieu faz essa análise aplicada a um conjunto no qual há inter-relação dos agentes: o descrito/prescrito têm ciência do que sobre ele se pensa e, entendendo-se também como tributário dessa forma de ser pela qual é pensado, corresponde adotando comportamentos, modos, etc. Um exemplo é a sociedade de corte, na qual, ao receber um título nobiliárquico, a sociedade passa a conceber uma nova visão do indivíduo: ele é um nobre, e enquanto tal age desta e daquela maneira. A descrição de seu comportamento é, ao mesmo tempo, a prescrição do mesmo, levando, assim, tal indivíduo a agir de maneira correspondente ao que dele se espera. O efeito descritivo, de acordo com Bourdieu, tem o mesmo efeito que o apresentado na seguinte assertiva: a reunião está aberta. Até que ponto o enunciador descreve a reunião, que está aberta, ou, por meio de tais palavras, abre-a: a reunião está aberta. É uma constatação ou uma construção?
Essa situação dá-se em contexto de interlocução. Entretanto, não podemos falar em interlocução no início da expansão ibérica para a África, por razões óbvias: falta entendimento. Mesmo assim, entendemos que o discurso performativo apresentado pelos cronistas atua no dimensionamento do mundo real ao intervir nas relações sociais que sucedem-se entre África e Europa, moldando o "lido" e causando implicações mais profundas entre realidade/representação, o "visto". O discurso performativo bourdieano, assim, pode ser uma ferramenta-conceito para pensar os etno-encontros africanos e notar como a África foi construída/pensada/dada a entender na Europe moderna.
Preocupamo-nos com a visão europeia acerca da realidade africana não por acreditarmos ser a primeira a criadora/descobridora da segunda. Antes, nossa preocupação deriva do fato de nossas fontes serem europeias, produzidas por europeus. Prestamo-nos, dessa forma, ao exercício de buscar compreender as estruturas pelas quais a África foi pensada e, a partir de tais relações, tentar construir uma perspectiva histórica para os povos subsaarianos. É um trabalho difícil, entre a História Cultural e a Etnohistória. É esse nosso desafio e o primeiro obstáculo é entender o poder performativo do discurso sobre os guineus.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Apresentação na UFV

Olá, pessoal!
Ontem foi feita a apresentação de meu trabalho no I Seminário Nacional de Práticas Sociais, Narrativas Visuais e Relações de Poder: visões contemporâneas. O Simpósio Temático Narrativas Visuais Coloniais e Pós-Coloniais foi coordenado pelos professores Douglas Mansur e Daniela Alves e foi dividido em duas partes: na primeira, narrativas visuais coloniais: eu, Beatriz Carvalho, Letícia Destro e José Leandro Peters. Depois, na segunda parte, Juliana Ramalho e Douglas Mansur. Falei sobre cartografia do período moderno que trata do continente africano. Detive-me bastante nas "bordas" dos mapas, buscando conceber mais o imaginário que permeou a concepção de tais mapas que analisá-los em seu interior, na divisão social da África. Penso que não foi a minha melhor apresentação, mas gostei bastante, sobretudo por estar junto com Beatriz e Letícia, visto que discutimos alguns textos e essa foi a primeira vez que estávamos presentes no mesmo fórum de discussão. Segue o resumo de minha apresentação. Assim que for disponibilizado online, posto aqui o link para o resumo expandido.
Depois dessa apresentação, segue a rotina da pesquisa.
Finalizei a leitura do Luís Filipe Barreto (Descobrimentos e Renascimento)e de uma parte do Pierre Bourdieu (A Economia das Trocas Linguísticas). O próximo passo, que já está sendo dado, é aprofundar a leitura de Ronald Raminelli (Imagens da Colonização), mesclando com leituras das fontes.
Em breve trago algumas considerações acerca das leituras já realizadas.

Resumo:

A construção da África:

Concepção visual do continente africano na cartografia dos séculos XVI e XVII.


Este trabalho faz parte do projeto de pesquisa de Iniciação Científica intitulado O homem representado: a humanidade de ameríndios e africanos em relatos de missionários (1584-1696). Ao iniciarmos as pesquisas, deparamo-nos com um grande problema: o que é a África nos séculos XVI e XVII? Partindo dessa questão, buscamos compreender a concepção européia acerca do continente negro a partir da cartografia da época. Da concepção ptolomaica da geografia do planeta, para a qual utilizamos uma representação de 1482, passamos ao mundo pós-América e, por fim, detemos nossa atenção no que concerne apenas à cartografia que tem como objeto a África. Fizemos um recorte de aproximadamente 100 anos – entre a representação de Abraham Ortelius: Africae Tabula Nova (1572) – e aquela de Nicolaas Visscher: Africae accurata tabula (1670). Além da representação dos contornos do continente, os mapas trazem as localizações dos grandes impérios, cidades, cursos de rios, entre outros. É notada também a emergência da representação de determinados grupos étnicos do continente, demarcados territorialmente nas cartas, e a paulatina substituição de elementos gráficos que remetem ao imaginário mítico medieval, como monstros marinhos, anjos, entre outros, por elementos que passam a ser mais conhecidos e presentes na cultura européia, como os próprios negros, objetos de suas culturas, cenas de encontros entre os povos... As margens dos mapas são repletas de informações que nos auxiliam na compreensão do imaginário daquela época e, no corpo das cartas, há, apesar das imensas imperfeições, informações a respeito da localização e delimitação territorial das populações subsaarianas. O objetivo desta análise é buscar compreender como a idéia de “África” foi alterada entre os séculos XVI e XVII através dos elementos visuais presentes na cartografia do período, que narra o desenvolvimento do imaginário europeu e do conhecimento acerca da África.


Abração!

terça-feira, 18 de maio de 2010

O regresso - Seminário na UFV

Olá, amigos!

Lembram que eu disse que meu PC havia pegado um vírus? Pois bem, não era vírus, foi um problema no teclado. Mandei meu possante para um técnico dar uma olhada e só agora ele chegou. Esse post é a primeira coisa que estou escrevendo no teclado novo (e confesso que estou estranhando um pouco, onde devia estar (?) tem um outro Ctrl, mas com função de (?). Muito estranho...), que vai me custar um mês quase inteiro de bolsa de iniciação científica... oh derrota!
Tendo em vistas os gastos extras, vou apresentar meu trabalho apenas no I Seminário Nacional de Narrativas Sociais, Práticas Culturais e Relações de Poder: Visões Contemporâneas. O evento começou hoje, na UFV, e a palestra de abertura foi proferida pela professora Marta Abreu - UFF - e teve como tema "As escritas videográficas da história: negociações e conflitos". A palestra começou religiosamente no horário e a historiadora falou sobre sua experiência em "fazer filmes". Coloquei a expressão entre aspas pelo próprio caráter inominal da prática: de toda forma é um filme, mas um filme-tese, uma pesquisa que ganhou as telas em vez de um livro. Marta Abreu esteve envolvida na produção de três documentários historiográficos - nome que ela criticou, por entender, hoje, não ser o mais adequado ao trabalho realizado, preferindo nomeá-lo de escrita videográfica da história - a saber: Memórias do Cativeiro; Jongos, Calangos e Folias; e Jogo do Pau. Os três trabalhos tratam de construções historiográficas que trabalham com história oral, embora o trabalho de pesquisa de arquivo também se faça bem presente. O tema é a cultura popular de origem e tradição negra no estado do Rio de Janeiro. As festas como lugares de resistência e conflito também constituem um ponto de análise.
Ao apresentar as negociações e os conflitos, a autora enfatizou os internos à equipe - necessariamente multidisciplinar, como historiadores, cineastas, apoio técnico, bolsistas, entre outros - e os externos, ao lidar com as comunidades. Abreu destacou que, ao ser questionado por membros de outros grupos culturais o porquê de se deixarem pesquisar, fazer filmes sobre sua manifestação cultural, um dos membros de determinado grupo respondeu: não sei quem usa quem. Essa constatação é de grande relevância ao afirmar que ambos os lados envolvidos - a academia e as professoras brancas, referindo-se a Hebe Matos e Marta Abreu, de um lado e, de outro, os grupos culturais) são detentores de poderes: as práticas buscam visibilidade e reconhecimento cultural, as autoras buscam, em linhas gerais, reconhecimento intelectual. O próprio campo de produção é um espaço de troca, e não apenas o resultado, como a princípio de poderia pensar.
A produção cinematográfica apresenta-se como um recorte daquelas realidades, uma representação entendida no sentido mais próximo de Bourdieu, atuando como discurso performativo, criando a realidade que se apresenta. Ao reproduzir as manifestações da cultura popular em vídeo, a Academia, entendida como espaço de reconhecida profusão de saberes, legitima tais práticas culturais transformando a percepção que a sociedade possui do processo e agindo sobre o próprio processo, ao levar seus agentes históricos a necessitarem responder ao estímulo social decorrente da valorização de sua prática.
O campo das representações é riquíssimo em possibilidades de análises e, explorando uma de suas vertentes, minha apresentação, amanhã, tratará das representações cartográficas do continente africano nos séculos XVI e XVII. Em breve disponibilizarei o link dos anais do evento, no qual meu resumo expandido estará publicado. Amanhã falo como foi a apresentação, que ocorrerá às 14h no COLUNI, sala 2C!
Abraços, e agora estou de volta!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Estive Off

Caros amigos, venho dar alguma satisfação, depois de dias sem aparecer nessa telinha. Meu computador pegou um vírus FDP, tiver que fazer o diabo-a-quatro pra recuperar, pra tentar curá-lo... Parece que, agora, a coisa está estabilizando. Bom, estou um pouco sem tempo nesse exato momento (e com um leve mal-estar, acho que foi uma gelatina que comi), por isso não vou trazer novas informações sobre a pesquisa. Adiando apenas que estou fazendo fichamentos de bibliografia e fontes, respectivamente: A Economia das Trocas Linguísticas, P. Bourdieu, e Tratado Breve dos Rios da Guiné do Cabo Verde, de A. A. de Almada. Amanhã irei para casa, ver minha amada mãe (saudade!) e, na segunda, ao voltar para Viçosa, preparo um post para colocar aqui na terça! Ok?

Abraços, feliz Dia das Mães a todos e suas respectivas mães!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Trabalho aceito para apresentação em Seminário!

Olá, pessoal!

Há dois tópicos, eu disse que havia mandado um trabalho para o I Seminário Nacional de Práticas Sociais, Narrativas Visuais e Relações de Poder: Visões Contemporâneas, lembram? Pois bem, o trabalho foi aceito para apresentação! Enviei-o para o Seminário Temático (ST) que tratará de Narrativas Visuais Coloniais e Pós-coloniais, e o tema a ser abordado é a concepção europeia acerca da África através da cartografia. Meu título é: A construção da África: Concepção visual do continente africano na cartografia dos séculos XVI e XVII.
Nesse momento estou escrevendo o texto a ser publicado nos anais do evento. Assim que estiver estruturado, trago a discussão pra cá!
Aos interessados em participar do Seminário, ele acontecerá na Universidade Federal de Viçosa - UFV, campus Viçosa, entre 18 e 20 de maio. As inscrições para ouvintes têm valor de R$ 10,00. Para mais informações, clique aqui.

Abração, pessoal!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O sujeito e o discurso

Continuo pensando a África dentro do contexto seiscentista, sobretudo tentando entender como ela foi pensada. Entretanto, nem só de África vive minha pesquisa. Estou avançando também em outras frentes, como, por exemplo, a questão indígena.
Minhas fontes são relatos de missionários que, mais que descreverem as realidades que percebem, criam novos mundos, novos conceitos, novos significados. As crenças que eles trazem consigo são maiores que as adversidades que encontram em seus caminhos, o que implica a criação de novas chaves de leitura para as realidades recém-concebidas (ou conhecidas?). Vejamos um exemplo:

Este gentio parece que não tem conhecimento do princípio do Mundo, do dilúvio parece que tem alguma notícia, mas como não tem escripturas, nem caracteres, a tal notícia é escura e confusa; porque dizem que as águas afogarão e matarão todos os homens, e que somente um escapou em riba de um Janipaba, com uma sua irmã que estava prenhe, e que destes dois têm seu princípio, e que dali começou a multiplicação.

Nesse trecho, retirado dos Tratados da Terra e Gente do Brasil, podemos notar que o dilúvio, acontecimento bíblico, parte do arcabouço cultural europeu, é transferido para a cultura indígena, como se eles concebessem tal acontecimento da mesma forma que os europeus. Nesse caso, há uma transferência de valores, julgando-se mesmo que o dilúvio, tal como "contado" pelos índios, está errado porque eles só têm alguma notícia.
A necessidade de que esses homens sejam pré-cristãos, talvez pertencentes a algum dos povos das tribos de Israel, leva os brancos a construírem-nos de acordo com a sua vontade e necessidade, e não conforme os percebem. Talvez possamos ir mais além, conjecturando - e acredito mesmo que seja isso - que os índios eram percebidos dessa forma, ocorrendo um constante apagamento dos traços descaracterísticos daquilo que os europeus buscavam. Essa percepção também é um campo fluido pois se, por ora, busca-se a aproximação entre uns e outros, noutro momento requer-se o distanciamento. Nesse sentido, os termos gentios e bárbaros se contrapõe, vez por outra sendo utilizados para referir-se às mesmas situações, mas nas quais os interesses dos sujeitos enunciadores dos discursos sofreram variações. Por exemplo: ao se almejar implantar a catequese no seio de determinados grupos indígenas, é comum encontrar fontes descrevendo esses grupo como gentios - aquele que está tal qual veio ao mundo, não possuindo religião nem idolatria. Entretanto, se desejam escravizá-los, sobretudo recorrendo ao que se chamou de Guerra Justa, os que eram gentios tornam-se bárbaros. Muitos de seus costumes, até então pouco notados, tornam-se evidentes e transformam-se em práticas mágicas e religiosas. A mutação está mais presente no discurso que no sujeito, ocorrendo mediante as necessidades volateis doutro sujeito: o enunciador.
A guerra que se trava, dessa forma, decorre mais no campo semântico e conceitual que no prático e real. Esse último recolhe seus efeitos, construídos na argumentação e na compreensão do mundo alcançada pelos religiosos. Vale ressaltar que há traços comuns desse processo tanto no Brasil como na Guiné, conforme apresentaremos mais adiante.
E a pesquisa segue!

domingo, 4 de abril de 2010

O que é a África seiscentista?

O que é a África seiscentista? Essa foi a primeira pergunta com a qual me deparei ao analisar minhas fontes. Os cronistas descrevem locais que não conheço, sequer imagino onde possam ser, ou, o que é pior, penso que sei, mas estou errado. Um exemplo desse grande problema empírico pode ser apresentado quando li o texto do padre Manuel Álvares: o cara diz que está descrevendo Serra Leoa, mas o relato é sobre Bissau. O que era a Serra Leoa no século XVI? Porque, hoje, Bissau é a capital da Guiné Bissau, e não da Serra Leoa... Problemas assim levaram-me a buscar mapas antigos da África, não para entender como ela era, e sim como era pensada.

Esse mapa, por exemplo, foi produzido em 1572. O contorno do continente africano está bem próximo do conhecido atualmente. Possui uma grande riqueza em nomes, como de localidades e povos, que grande interesse histórico.
Estou agora trabalhando com mapas da África, entre 1572 e 1670. Meu objetivo é perceber como, através da cartografia, a idéia de África foi alterada no decorrer desse século. Espero conseguir apresentar esse trabalho no I Seminário Nacional de Práticas Sociais, Narrativas Visuais e Relações de Poder: visões contemporâneas, que acontecerá na UFV.
Dentro em breve, trago mais notícias sobre essa empreitada da minha pesquisa.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Bibliografia de apoio

Caríssimos!

Abaixo há uma pequena bibliografia, composta por artigos, dissertações, teses, livros e capítulos de livros. Esses são apenas alguns que tenho em mãos. Embora não os tenha lido a todos, acredito que são pontos interessantes para se partir nessa expedição científica rumo a l’Autre, aquele que é o lado escondido do eu. Retirei as referências no formato da ABNT para economizar espaços! Espero que ajude a possíveis interessados no tema!

Artigos

BARBOSA, Muryatan S. História da África: uma introdução.

BARBOSA, Muryatan S. Eurocentrismo, História e História da África.

BARBOSA, Muryatan S. A escola Nina Rodrigues na Antropologia brasileira.

BOCCARA, Guillaume. Mundos nuevos en las fronteras del Nuevo Mundo, Nuevo Mundo Mundos Nuevos.

BONCIANI, Rodrigo. A política ultramarina de Filipe III no Brasil e em Angola.

SANTOS, Irinéia Maria Franco.Iá Mi Oxorongá: As Mães Ancestrais e o Poder Feminino na Religião Africana.

SANTOS, Irinéia Maria Franco. Ancestralidade na Dinâmica Cultural Africana.

SANTOS, Irinéia Maria Franco. O problema do mal: abordagens sobre a Teodicéia e o Catolicismo.

VAINFAS, Ronaldo: Idolatrias e Milenarismos: a resistência indígena nas Américas.

Teses e dissertações (disponíveis nos links da UF's dos posts anteriores):

ALVES, Salomão Pontes. O paladino dos hereges: a defesa dos cristãos-novos e judeus pelo padre Antônio Vieira.

BAYONA, Yobenj A. C. Imago gentilies brasilis: modelos de representação pictórica do índio da Renascença.

CAMILO, Janaína Valéria Pinto. A medida da Floresta: as viagens de demarcação e exploração do país da Amazônia (séculos XVII e XVIII).

CARVALHO JÚNIOR, Almir Diniz de. Índios Cristãos: a conversão de gentios na Amazônia Portuguesa.

DELVAUX, Marcelo Motta. As Minas Imaginárias: O maravilhoso geográfico nas representações sobre o sertão da América Portuguesa – séculos XVI a XIX.

DIAS, Camila Loureiro. Civilidade, cultura e comércio: os princípios fundamentais da política indigenista na Amazônia (1614-1757).

FERNANDES, João Azevedo. Selvagens bebedeiras: Álcool, embriaguez e contatos culturais no Brasil Colonial.

FREITAS, Ludmila Gomide. A Câmara municipal da vila de São Paulo e a escravidão indígena no século XVII (1628-1696).

GABRIELLI, Cassiana Maria Mingotti. Capuchinhos bretões no Estado do Brasil: estratégias políticas e missionárias (1642-1702).

GONÇALVES, Rosana Andréa. África Indômita: missionários capuchinhos no reino do Congo (século XVII).

GURGEL, Cristina B. F. M. Índios, jesuítas e bandeirantes: medicinas e doenças no Brasil dos séculos XVI e XVII. 2009.

LIMA, Sheila Conceição Silva. Rebeldia no Planalto: A expulsão dos padres jesuítas da vila de São Paulo do Piratininga no contexto da Restauração (1627-1655).

LUZ, Guilherme Amaral. Carne Humana: A retórica do canibalismo na América Portuguesa quinhentista.

MANO, Marcel. Os campos de Araraquara: Um estudo de história indígena no interior paulista.

MORAIS, Regina Célia de Melo. L. A. Muratori e o Cristianismo Feliz dos padres da Companhia de Jesus no Paraguai.

NUNES, José Horta. A construção dos leitores nos discursos dos viajantes e missionários.

OLIVEIRA, Adalberto L. R. Ramkokamekra-Canela: Dominação e resistência de um povo Timbira no centroeste maranhense.

PANEGASSI, Rubens Leonardo. O mundo universal: alimentação e aproximações culturais no Novo Mundo ao longo do século XVI.

PEIXOTO, Tatiana C. Os mandarins do Sertão: os criadores de gado do São Francisco (1650-1750).

PURPURA, Christian. Formas de existência em áreas de fronteira: A política portuguesa dos espaços e os espaços de poder no oeste amazônico (séculos XVII e XVIII).

RESENDE, Maria Leônia C. Visões da conquista: verso e reverso (as missões jesuíticas nos séculos XVI e XVII).

RIBAS, Maria Aparecida A. B. O leme espiritual do navio mercante: a missionação calvinista no Brasil Holandês (1630-1645).

SCARAMUZZI, Igor A. B. De índio para índio: a escrita indígena da história.

SILVA JÚNIOR, Waldormiro Lourenço da. A Escravidão e a Lei: gênese e conformação da tradição castelhana e portuguesa sobre a escravidão negra na América (séculos XVI-XVIII).

TAVARES, Célia Cristina da Silva. Entre a cruz e a espada: Jesuítas e a América Portuguesa.

VARELLA, Alexandre Camera. Substâncias da Idolatria: as medicinas que embriagavam os índios do México e Peru em histórias dos séculos XVI e XVII.

Livros:

ALENCASTRO, Luiz Felipe. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul.

APPIAH, Kwane Anthony. Na casa de meu pai: A África na filosofia da cultura.

BARRETO, Luís Filipe. Descobrimentos e Renascimento: Formas de ser e pensar nos séculos XV e XVI.

BONILLA, Heraclio (org). Os conquistados: 1492 e a população indígena das Américas.

BOXER: Charles R. O Império Marítimo Português – 1415-1825.

CASTELNAU-L’ESTOILE, Charlotte. Operários de uma vinha estéril: Os jesuítas e a conversão dos índios no Brasil – 1580-1620.

CUNHA, Manuela Carneiro da (org). História dos Índios no Brasil.

DOSSE, François. A História em Migalhas: dos Annales à Nova História.

GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história.

GREENBLATT, Stephen. Possessões Maravilhosas: o deslumbramento do Novo Mundo.

GRUZINSKI, Serge. A colonização do imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização no México espanhol. Séculos XVI-XVIII.

HAUBERT, Maxime. Índios e jesuítas no tempo das missões.

HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à história contemporânea.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do Paraíso: os nativos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes Trópicos.

LOVEJOY, Paul E. A Escravidão na África: uma história de suas transformações.

O’GORMAN, Edmundo. A Invenção da América: reflexão a respeito da estrutura da história do Novo Mundo e do sentido do seu devir.

POMPA, Cristina. Religião como tradução: missionários, Tupi e Tapuia na Brasil colonial.

PUNTONI, Pedro. A guerra dos Bárbaros: povos indígenas e a colonização do sertão nordeste do Brasil (1650-1720).

RAMINELLI, Ronald. Imagens da Colonização: A representação do índio de Caminha a Vieira.

SCHWARTZ, Stuart. Cada um na sua lei: Tolerância religiosa e salvação no mundo atlântico ibérico.

SILVA, Alberto da Costa e. A enxada e a lança: a África antes dos portugueses.

THOMAZ, Luis Filipe F. R. De Ceuta a Timor.

TODOROV, Tzvetan. A Conquista da América: a questão do outro.

VAINFAS, Ronaldo (org). A América em tempo de conquista.

Capítulos:

WESSELING, Henk. História de Além Mar. In BURKE, Peter. A escrita da História. Novas Perspectivas.

TODOROV, Tzvetan. Viajantes e indígenas. In GARIN, Eugênio. O homem renascentista.

BONTINCK, F. La première “ambassade” congolaise à Rome (1514). In Études d’histoire africaine.

BURGUIÈRE, André. A antropologia histórica. In LE GOFF, Jacques; CHARTIER, Roger; REVEL, Jacques (orgs.). A História Nova.


Espero que seja de alguma valia! Abração!