quinta-feira, 14 de julho de 2011

Projeto Rondon Jul/2011 - Operação Tuiuiu

Julho é época de muitos estudantes curtirem suas férias, descansarem, colocarem as pesquisas em dia, seus projetos... depois de cinco anos de UFV, esse será meu primeiro julho radical: amanhã inicio as atividades do Projeto Rondon, no Pantanal Matogrossense! Serão quinze dias na cidade de Poconé, iniciando e terminando o projeto em Cáceres-MT, que será o centro da Operação.
Aqui da Universidade Federal de Viçosa, irão oito estudantes e duas professoras. Equipe necessariamente multidisciplinar, é formada pelos estudantes Camila Chagas (Nutrição), Carlos Esteves (Direito), Dryelli Jales (Economia), Fábio Maia (Eng. Florestal), Hinayah Rojas (Zootecnia), Luiz Oliveira (Agronomia), Paula Afonso (Eng. Ambiental), além de mim (História) e das professoras Michele Gabrielli - Mika (Dança) e Cláudia Patrocínio (Educação Física). Desde abril, estamos nos reunindo periodicamente, preparando oficinas, juntando material, fazendo cursos e treinamentos, enfim, esforçando-nos para fazer o melhor junto à comunidade poconense.
O Projeto Rondon foi criado em 1967, durante o regime ditatorial civil-militar, com o objetivo de promover integração nacional através do conhecimento da realidade brasileira por parte de estudantes universitários voluntários. Coordenado pelo Ministério da Defesa, deixou de existir em 1989, até ser reativado em 2005, por intermédio da União Nacional dos Estudantes. Pois é, e agora, em 2011, eu tô indo!



Equipe da UFV. De pé: Hinayah, Fábio, Paula, Mika, Dryelli. Agachados: Luiz, Carlos, Camila, Thiago. Faltou só a Claudinha.


Amanhã iremos para BH, às 12h30, onde passaremos a noite no Batalhão do Exército. No sábado, pegamos voo às 6h32 (pois é...) rumo a Cuiabá, de onde partimos para Cáceres, onde ficaremos o resto do sábado. No domingo vamos para Poconé, ficando lá até dia 30, quando se inicia o percurso de volta. Na medida do possível, tentarei atualizar esse blog durante a operação, trazendo experiências e percepções!

Abração! Amanhã, o pé tocará a estrada!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Meus amigos todos estão procurando emprego"

Todos sabem que andamos vivendo num Teatro de Vampiros. A vida é sugada aos poucos, a cada instante, seja pela obsessão pela excesso de vida, o extremo Carpe Diem, ou o tédio e ócio do cotidiano e rotina. O pensamento sobre o futuro nos pega de relance, ao pé da porta no hora de sair, na cadeira em frente ao computador, na cama, bela e sagrada, na mais imprópria hora de dormir.
"Vamos sair, mas não temos mais dinheiro"
É uma situação complexa: tempo é dinheiro, mas quando tenho tempo, falta o dinheiro, se há dinheiro (bem trocado, diga-se, o que escasseia é o tempo. O que fazer? Tenho angustiado-me com isso, sei que de forma desnecessária, mas tenho. Com esses pensamentos, fiz alguns concursos (dois, na verdade) para professor. No primeiro deles, fiquei em segundo lugar, sendo que o primeiro já foi convocado e está trabalhando. Estou na lista! Já no outro, fiz a prova dia desses, contabilizei 77,5% dos pontos. A princípio achei uma boa nota, até ver nos fóruns e tópicos de comunidade discutindo tal concurso. Entre os debatedores, 77,5% era a menor nota. 
Mon Dieu, qu'est-que je serai?!



Essa apreensão e insegurança tem crescido ultimamente, de forma desnecessária e inconveniente. Acho que são pressões de vários lados, embora todos eles estejam do lado de dentro... "Meus amigos todos estão procurando emprego", se já não trabalham e seguem suas vidas. Estou exigindo de mim os mesmos passos dados por eles, sem lembrar-me que, de todos esses, nenhum cursa História, nenhum tem os mesmos objetivos que eu e, detalhe destacado, a maioria deles trabalha em funções decorrentes da mineração de ferro nessas Minas Gerais, mais diretamente em Congonhas.
Não há padrão. A partir de agora parei com esse medo e insegurança que puxa pra baixo, pra um estado de melancolia crônica que não entra em sintonia com meus sonhos, crenças e planos. A partir de hoje, comecei a praticar o desapego!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Antes de escrever qualquer outra coisa

     Há um tempo considerável não utilizo esse espaço... O ano de 2010 foi bastante corrido, nem o vi passar, o tempo foi-se completamente nu e envergonhado por não se poder despir de forma satisfatória, diante de olhos aguçados e admiradores de toda sua beleza. Não se vestiu, não se despiu, foi-se.
     Estou voltando agora com uma nova proposta: não quero falar da minha pesquisa em História, mas refletir sobre as condições e motivações que me levam a propô-la, a pensar e a fazer H(h)istória. Pensar a nudez do tempo não é simplesmente relacionar folhas de textos desalmados e desapaixonados. Sim, minha gente, é preciso paixão, é preciso tesão, é preciso espiritualizar o conhecimento, vesti-lo para então ter o sabor de despi-lo, todo, saboreando cada pedacinho, cada canto, cada pingo de letra, cada borrão de tinta.
     Será que nossa dificuldade para lembrar, seja de uma data (não precisam ser datas do século XVII, pode ser aquela em que sua mãe nasceu, ou que você comemora anos de namoro...) é nosso desejo de esquecê-la? Queremos alienar-nos do tempo para não termos o compromisso de suportá-lo,  tratando-o como um fardo sobre nossas almas? O que de fato é esse tempo? Tenho pensado sobre isso, sobre suas mais variadas facetas, suas proposições, suas formas construídas nas mais diversas sociedades. É ele um ditador, um tirano, um salvador, apagador de dores e tristezas? 
      Bom, acredito que o tempo é... o tempo. Não tem valor em si, não existe em si, não existe por si. Nossa reflexão, agora, caminha para um lado mais interessante e menos auto-ajuda. Começamos a pensar o tempo como construção histórico-social, datada e determinada por dadas finalidades. O passar dos dias em si, sem a reflexão humana acerca de seus significados e das implicações que os dias têm na construção social de nossas vidas, não é tempo. É transformação despropositada. O que significa o tempo para você? Como você mede seu tempo? Quantos tempos tem sua vida?


Há outra forma de se contar o tempo a não ser em anos?