sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Antes de escrever qualquer outra coisa

     Há um tempo considerável não utilizo esse espaço... O ano de 2010 foi bastante corrido, nem o vi passar, o tempo foi-se completamente nu e envergonhado por não se poder despir de forma satisfatória, diante de olhos aguçados e admiradores de toda sua beleza. Não se vestiu, não se despiu, foi-se.
     Estou voltando agora com uma nova proposta: não quero falar da minha pesquisa em História, mas refletir sobre as condições e motivações que me levam a propô-la, a pensar e a fazer H(h)istória. Pensar a nudez do tempo não é simplesmente relacionar folhas de textos desalmados e desapaixonados. Sim, minha gente, é preciso paixão, é preciso tesão, é preciso espiritualizar o conhecimento, vesti-lo para então ter o sabor de despi-lo, todo, saboreando cada pedacinho, cada canto, cada pingo de letra, cada borrão de tinta.
     Será que nossa dificuldade para lembrar, seja de uma data (não precisam ser datas do século XVII, pode ser aquela em que sua mãe nasceu, ou que você comemora anos de namoro...) é nosso desejo de esquecê-la? Queremos alienar-nos do tempo para não termos o compromisso de suportá-lo,  tratando-o como um fardo sobre nossas almas? O que de fato é esse tempo? Tenho pensado sobre isso, sobre suas mais variadas facetas, suas proposições, suas formas construídas nas mais diversas sociedades. É ele um ditador, um tirano, um salvador, apagador de dores e tristezas? 
      Bom, acredito que o tempo é... o tempo. Não tem valor em si, não existe em si, não existe por si. Nossa reflexão, agora, caminha para um lado mais interessante e menos auto-ajuda. Começamos a pensar o tempo como construção histórico-social, datada e determinada por dadas finalidades. O passar dos dias em si, sem a reflexão humana acerca de seus significados e das implicações que os dias têm na construção social de nossas vidas, não é tempo. É transformação despropositada. O que significa o tempo para você? Como você mede seu tempo? Quantos tempos tem sua vida?


Há outra forma de se contar o tempo a não ser em anos?


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