quinta-feira, 20 de maio de 2010

Apresentação na UFV

Olá, pessoal!
Ontem foi feita a apresentação de meu trabalho no I Seminário Nacional de Práticas Sociais, Narrativas Visuais e Relações de Poder: visões contemporâneas. O Simpósio Temático Narrativas Visuais Coloniais e Pós-Coloniais foi coordenado pelos professores Douglas Mansur e Daniela Alves e foi dividido em duas partes: na primeira, narrativas visuais coloniais: eu, Beatriz Carvalho, Letícia Destro e José Leandro Peters. Depois, na segunda parte, Juliana Ramalho e Douglas Mansur. Falei sobre cartografia do período moderno que trata do continente africano. Detive-me bastante nas "bordas" dos mapas, buscando conceber mais o imaginário que permeou a concepção de tais mapas que analisá-los em seu interior, na divisão social da África. Penso que não foi a minha melhor apresentação, mas gostei bastante, sobretudo por estar junto com Beatriz e Letícia, visto que discutimos alguns textos e essa foi a primeira vez que estávamos presentes no mesmo fórum de discussão. Segue o resumo de minha apresentação. Assim que for disponibilizado online, posto aqui o link para o resumo expandido.
Depois dessa apresentação, segue a rotina da pesquisa.
Finalizei a leitura do Luís Filipe Barreto (Descobrimentos e Renascimento)e de uma parte do Pierre Bourdieu (A Economia das Trocas Linguísticas). O próximo passo, que já está sendo dado, é aprofundar a leitura de Ronald Raminelli (Imagens da Colonização), mesclando com leituras das fontes.
Em breve trago algumas considerações acerca das leituras já realizadas.

Resumo:

A construção da África:

Concepção visual do continente africano na cartografia dos séculos XVI e XVII.


Este trabalho faz parte do projeto de pesquisa de Iniciação Científica intitulado O homem representado: a humanidade de ameríndios e africanos em relatos de missionários (1584-1696). Ao iniciarmos as pesquisas, deparamo-nos com um grande problema: o que é a África nos séculos XVI e XVII? Partindo dessa questão, buscamos compreender a concepção européia acerca do continente negro a partir da cartografia da época. Da concepção ptolomaica da geografia do planeta, para a qual utilizamos uma representação de 1482, passamos ao mundo pós-América e, por fim, detemos nossa atenção no que concerne apenas à cartografia que tem como objeto a África. Fizemos um recorte de aproximadamente 100 anos – entre a representação de Abraham Ortelius: Africae Tabula Nova (1572) – e aquela de Nicolaas Visscher: Africae accurata tabula (1670). Além da representação dos contornos do continente, os mapas trazem as localizações dos grandes impérios, cidades, cursos de rios, entre outros. É notada também a emergência da representação de determinados grupos étnicos do continente, demarcados territorialmente nas cartas, e a paulatina substituição de elementos gráficos que remetem ao imaginário mítico medieval, como monstros marinhos, anjos, entre outros, por elementos que passam a ser mais conhecidos e presentes na cultura européia, como os próprios negros, objetos de suas culturas, cenas de encontros entre os povos... As margens dos mapas são repletas de informações que nos auxiliam na compreensão do imaginário daquela época e, no corpo das cartas, há, apesar das imensas imperfeições, informações a respeito da localização e delimitação territorial das populações subsaarianas. O objetivo desta análise é buscar compreender como a idéia de “África” foi alterada entre os séculos XVI e XVII através dos elementos visuais presentes na cartografia do período, que narra o desenvolvimento do imaginário europeu e do conhecimento acerca da África.


Abração!

2 comentários:

  1. ahahahaha, fui mencionada!! Sua apresentação foi muito boa sim Thiago, e eram apenas 20 minutos, não tinha como falar de tudo. Foi muito bom realmente estar na mesma mesa do nosso antigo grupo de estudos. Foi bom falar para quem entende o que estou falando! rsrs, Parabéns! Beatriz

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  2. Pois é, Bia, quase nunca temos com quem falar, não é?! Falei isso com o Angelo dia desses: só antropólogos se interessam pela minha pesquisa! É bom ter um grupo de pessoas, historiadores, pensando junto sobre um tema ainda tão pouco explorado! Já tô esperando os próximos eventos!

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