A construção da África:
Concepção visual do continente africano na cartografia dos séculos XVI e XVII.
Este trabalho faz parte do projeto de pesquisa de Iniciação Científica intitulado O homem representado: a humanidade de ameríndios e africanos em relatos de missionários (1584-1696). Ao iniciarmos as pesquisas, deparamo-nos com um grande problema: o que é a África nos séculos XVI e XVII? Partindo dessa questão, buscamos compreender a concepção européia acerca do continente negro a partir da cartografia da época. Da concepção ptolomaica da geografia do planeta, para a qual utilizamos uma representação de 1482, passamos ao mundo pós-América e, por fim, detemos nossa atenção no que concerne apenas à cartografia que tem como objeto a África. Fizemos um recorte de aproximadamente 100 anos – entre a representação de Abraham Ortelius: Africae Tabula Nova (1572) – e aquela de Nicolaas Visscher: Africae accurata tabula (1670). Além da representação dos contornos do continente, os mapas trazem as localizações dos grandes impérios, cidades, cursos de rios, entre outros. É notada também a emergência da representação de determinados grupos étnicos do continente, demarcados territorialmente nas cartas, e a paulatina substituição de elementos gráficos que remetem ao imaginário mítico medieval, como monstros marinhos, anjos, entre outros, por elementos que passam a ser mais conhecidos e presentes na cultura européia, como os próprios negros, objetos de suas culturas, cenas de encontros entre os povos... As margens dos mapas são repletas de informações que nos auxiliam na compreensão do imaginário daquela época e, no corpo das cartas, há, apesar das imensas imperfeições, informações a respeito da localização e delimitação territorial das populações subsaarianas. O objetivo desta análise é buscar compreender como a idéia de “África” foi alterada entre os séculos XVI e XVII através dos elementos visuais presentes na cartografia do período, que narra o desenvolvimento do imaginário europeu e do conhecimento acerca da África.
Abração!
ahahahaha, fui mencionada!! Sua apresentação foi muito boa sim Thiago, e eram apenas 20 minutos, não tinha como falar de tudo. Foi muito bom realmente estar na mesma mesa do nosso antigo grupo de estudos. Foi bom falar para quem entende o que estou falando! rsrs, Parabéns! Beatriz
ResponderExcluirPois é, Bia, quase nunca temos com quem falar, não é?! Falei isso com o Angelo dia desses: só antropólogos se interessam pela minha pesquisa! É bom ter um grupo de pessoas, historiadores, pensando junto sobre um tema ainda tão pouco explorado! Já tô esperando os próximos eventos!
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